Minha história com a JAMI

Minha história com a JAMI

Missionário e Pastor Celso Fonseca e Missionária Andreia Fonseca.

Foram missionários no Marrocos em parceria com PMI.  Missionários no Senegal, Angola, São Tomé e Princípe, Moçambique e atualmente nos EUA em parceria com IMB- International Mission Board dos Batistas do Su l-uma das agências missionárias de maior destaque no mundo.

 

Aprender para servir cada vez melhor

Eu quero dizer que tenho orgulho de fazer parte da JAMI. Independentemente do que você sabe sobre a JAMI ou sobre mim, quero  contar o porquê desse meu orgulho. Você deve saber que o reino de Deus é feito de pessoas e que essas pessoas que foram trazidas ao reino do Filho amado de Deus (Col 1:13) fazem alianças entre si para alcançarem os objetivos do reino de Deus.

O objetivo principal do reino de Deus é a glória de Deus por meio de seus súditos. E a glória de Deus se manifesta em Jesus e em nós que somos seus aprendizes, seus discípulos.

Pois bem, a JAMI serve para glorificar a Deus e ela faz isso por meio de cada missionário e de suas igrejas enviadoras. Em meu caso específico, tive que aprender muito. Eu ainda não terminei meu aprendizado, mas a JAMI tem me ajudado muito nessa caminhada.

 

A JAMI nasce numa década importante para as missões brasileiras

“Quem não vive para servir não serve para viver”. Mahatma Gandhi

Tudo o que existe deve ter uma razão para tal. Acredito que o COMIBAN 87, em São Paulo, foi um marco histórico e importante para as igrejas brasileiras se despertarem para as missões. A JAMI ainda não existia e eu era um jovem de 16 anos. Naquele ano de 1987 eu conheci Jesus. Tive uma conversão profunda, muito grande, vindo de um mundo de pecado, de dependência química, e de uma vida de soberba e egoísmo. No meu aprendizado com Jesus fui compreendendo aos poucos que eu necessitava aprender muito. No meu primeiro curso de Teologia (em 1991), meu único objetivo era obter o diploma. Eu ainda tinha pouca sabedoria!

Andreia e eu nos casamos naquele ano com o objetivo de servir ao chamado missionário de Deus para as nossas vidas. Sabíamos que tínhamos um chamado para a África. Muitos jovens saíram para fazer missões naqueles anos. Por isso a JAMI precisava ser criada para ajudar as igrejas batistas nacionais a cumprirem a sua parte na missão dada por Jesus.

Só quem segue a Jesus pode entender a razão de missionários existirem, o que leva à razão de JAMI existir. Ela foi criada em 1995, ano em que eu já havia acumulado duas experiências missionárias, fora do Brasil, no Chile e em Cabo Verde. Algumas vitórias e algumas frustrações também eram colecionadas. Mas eu ainda era muito imaturo. Naquele ano também, fui ordenado ao ministério pastoral.

A JAMI e a minha igreja enviadora

Andréia e eu já havíamos servido em missões antes, mas a nossa história com a JAMI começa em 2007, quando precisávamos voltar ao campo missionário.

A primeira decisão que tinha de ser tomada era como deixar a igreja local na qual eu era o pastor presidente há dez anos. Foi numa Consulta Missionária, na base da JAMI, que fiz essa pergunta ao Pr. Jesus Aparecido. Deveria a igreja ser entregue a um pastor de fora ou a alguém de dentro? A resposta sábia que ele me deu foi que alguém nascido na própria comunidade tinha maiores chances de dar certo. Se essa era a vontade de Deus, nossa igreja já trabalhava com uma equipe pastoral desde 2002. Essa visão de trabalho não é muito popular entre as igrejas hoje, mas entendíamos que era bíblica, neo-testamentário.

Além do mais, havia a Ordem de Ministros Batistas Nacionais do Estado de São Paulo para acompanhar aqueles irmãos em alguma necessidade que tivessem. Assim como Paulo fez, logo na sua primeira viagem missionária, e ele estava acostumado a fazer, “Paulo e Barnabé também escolheram presbíteros em cada igreja e, com orações e jejuns, os entregaram aos cuidados do Senhor, em quem haviam crido.” Atos 14:23 NVT

A primeira lição que aprendi com a JAMI é que o aconselhamento mútuo, na direção do Espírito Santo, está na base do envio missionário.

A JAMI e o nosso treinamento missionário

Uma das coisas que todo cristão deve aprender é a lição de ser humilde. Eu não sou humilde por natureza. Na verdade o orgulho é um dos pecado que me acompanha até que eu me coloque a cada dia na cruz de Cristo. Eu já havia servido como missionário em Cabo Verde nos anos de 1993 e 1994. Depois, tinha 13 anos de experiência pastoral no interior de São Paulo. Por que deveria eu passar por um treinamento missionário?

O CETRAMI – Centro de Estudo transcultural e Missiológico – da JAMI marcou minha carreira com um aprendizado muito profundo. Estudei e aprendi com missionários e pastores que se dedicavam ao ensino de princípios e técnicas essenciais para servir bem. A Teologia Bíblica da Missão, ensinada pelo pastor Éder José de Melo Silva, me abriu os olhos, como nas palavras de Christopher Wright, eu deixei de falar sobre a base bíblica de missões para perceber claramente a base missional da Bíblia.

O CETRAMI me deu conhecimento e ferramentas que uso para o resto da vida. De fato, foi alI que me despertei para o estudo mais aprofundado da Palavra de Deus. As igrejas que se fecham em seu “mundo de igreja” e não se abrem para a sua missão mais ampla, tem um visão muito pequena das coisas e, sobretudo, da Bíblia.

É interessante notar que mesmo missionários que trabalham de forma independente (e há muitos) levam para o campo missionário o mesmo modelo de igreja ou comunidade de onde saíram. Isso tem causado muitos desastres por aí afora. A JAMI e o treinamento transcultural são essenciais para todas as igrejas e para os missionários.

Do envio ao campo até a maturidade do ministério transcultural

Ao longo dos anos que estivemos no Senegal, África Ocidental, a JAMI nos acompanhou de perto. No começo, precisamos de cuidado pastoral e a JAMI estava presente com as visitas de líderes e de colegas no campo. Precisamos de orientação, aconselhamento, saber como lidar com os filhos em contexto transcultural e estrangeiro. Precisamos ser orientados em como lidar com certos problemas com as nossas parceiras. Sim, aprendemos que, na missão, precisamos fazer muitas parcerias. A JAMI era aberta às parcerias, mas ao mesmo tempo, ela é criteriosa com (e nas) parcerias que faz.

A questão era como estabelecer e alcançar os objetivos que Deus quer para nós, missionários, em nosso serviço. O Pr. Ronald sempre foi muito cuidadoso e atencioso com essas questões. Nossos objetivos foram traçados com uma expectativa muito elevada: Impactar o povo Fulani com o evangelho de Cristo.

A IMB (Internacional Mission Board) é uma das agências missionárias de maior destaque no mundo. Junto com a JAMI, nós estabelecemos uma parceria com eles e crescemos muito no conhecimento e na prática missionária. Aprendemos com eles o método da Oralidade Bíblica.

Estamos convencidos de que se não fosse o profundo compromisso da Diretoria e do Executivo da JAMI, Pr. Ronald Carvalho, em nos orientar nas nossas parcerias com outras organizações missionárias não teríamos nenhuma chance de realizar o trabalho. Dedicar tempo para aprender o idioma ou se meter logo no trabalho? Priorizar a evangelização ou o trabalho social? Discipular vidas ou construir prédios? Testar novos métodos ou sempre os mesmos? Fazer parcerias ou seguir solitários? Em todas essas questões, a JAMI nos ajudou a escolher as primeiras opções dos itens dessa lista acima.

Isso nos levou direto para o que o Senhor tinha preparado para nós. O método da Oralidade Bíblica é totalmente adaptado ao contexto de trabalho dos povos não alcançados. Por causa desse conhecimento e prática, o Senhor nos tem levado a alcançar muita gente além do Senegal e do nosso povo alvo. Nosso ministério foi se movendo mais e mais no sentido de ensinar e treinar a outros que servem em muitos lugares.

O ministério por meio da Oralidade Bíblica é forte no aprendizado. Ensinamos muitos obreiros africanos e brasileiros a contar as histórias bíblicas, aprendendo a usar ferramentas e técnicas de estudo indutivo da Bíblia, teologia bíblica, abordagem cultural, exposição oral do texto bíblico, tradução e aquisição de idioma. A oralidade engloba tudo isso numa profundidade bíblica adaptável para todas as pessoas de todas as idades.

E hoje temos tido o privilégio e a honra de ensinar no mesmo CETRAMI onde fomos tão enriquecidos e treinados.

A missão continua geração após geração, até que Ele venha!

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